





A terapia com aromas vegetais já era conhecida e praticada por povos antigos tais como os indianos, os chineses, os egípcios, os hebreus, os gregos e os romanos. Porém o termo Aromaterapia só foi cunhado em 1928 por Reneé Maurice Gatefossé e disseminado com sua obra intitulada “Aromatherapie” (POSER, 2006). Foi Gattefossé quem comprovou a eficácia da composição química natural dos óleos essenciais, quando queimou acidentalmente a mão e a mergulhou em um recipiente contendo óleo de lavanda e percebeu que, além de rápido processo de cicatrização, não ficaram marcas da queimadura (PRICE, 1997).
A Aromaterapia “é o nome dado aos tratamentos realizados através do uso e da aplicação correta dos óleos essenciais, obtidos das plantas” (PRICE, 1997), e pode ser classificada em psicoaromaterapia, estética, holística e clínica (POSER, 2006). Os principais métodos usados em aromaterapia são: a inalação, o banho aromático e a aplicação (ANDRET, DEL COMUNE, 2005). O enfoque da Aromaterapia é holístico, pois trata o ser humano tanto fisiológica quanto psicologicamente. Os óleos essenciais são substâncias orgânicas e voláteis, extraídas de diversas partes das plantas e podem ser extraídos das folhas, das flores, dos talos, do caule, pecíolo, da haste, casca, raiz e das glândulas (ANDRET, DEL COMUNE, 2005).
Aromaterapia e emoções
Os médicos italianos Gatti e Cajola já estudavam, desde 1920, os efeitos dos aromas dos óleos essenciais e chegaram à conclusão de que estes têm uma grande influência no sistema nervoso.
As moléculas aromáticas entram em contato com os receptores presentes no epitélio olfatório e estes conduzem as informações ao cérebro para o sistema límbico, que é a área dos sentimentos, memórias, emoções. Quando as mensagens aromáticas atingem o sistema límbico, são processadas instantânea e instintivamente, provocando reações (RIBEIRO, 2005).
As propriedades naturais dos óleos essenciais como anti-sépticos, antiviróticos, anti-inflamatórios, energizantes, sedativos, carminativos, puderam ser comprovadas a partir destas descobertas.
Em 1950, a bioquímica Marguerite Mauri foi a primeira a observar a eficácia dos óleos essenciais no sistema nervoso central, concluindo que os efeitos dos óleos essenciais aconteciam de acordo com a personalidade de cada paciente (BRITO; et all, 2103). Três décadas mais tarde, em 1981, William Arnold Taylor volta a comprovar a influência dos óleos essenciais nos temperamentos, personalidades e comportamentos (ANJOS, 1996).
A Psicoaromaterapia “é uma corrente relativamente atual que estuda o efeito que têm os óleos essenciais basicamente através do olfato” (SANZ, 2014). A metodologia da aplicação na Psicoaromaterapia é a terapia corporal, que combina inalação e massagem, mostrando-se benéfica para os problemas emocionais e de estresse (ANJOS, 1996).
A Psiconeuroendocrinoimunologia é uma ciência holística que reúne os conhecimentos da Psicologia, das Neurociências, da Endocrinologia e da Imunologia para explicar a interconexão entre os sistemas físico e psíquico humanos.
O objetivo dessa ciência é estudar a inter-relação entre emoções e comportamentos, padrões de ativação da rede neural e de centros nervosos, níveis hormonais, níveis de fatores imunes e resistência imune, tendo em vista que a partir dessas inter-relações é possível compreender o funcionamento psicossomático e somatopsíquico humanos (LYRA, 2010).
Os óleos essenciais atuam de diferentes formas no organismo, e o modo de atuação está ligado ao tipo de aplicação. Quando aplicados na pele ou oralmente, os óleos essenciais são absorvidos e encaminhados ao tecido alvo. Quando são inalados, têm atuação direta no sistema nervoso central (LYRA, 2010).
Evolutivamente, o sistema olfativo é o sistema mais antigo do ser humano (CORAZZA, 2002) e através do qual se faz a transmissão dos aromas para o sistema límbico. De acordo com Lyra, "quando inalados, os aromas são captados pelo epitélio olfativo, que envia conexões nervosas ao bulbo olfativo, diretamente no sistema nervoso central, e de lá são enviadas diversas conexões a outros centros psíquicos que atuam em comportamentos, memória, aprendizagem e emoções" (2010).
O sistema límbico é responsável, como já foi visto, pelos sentimentos, memórias e emoções. “A primeira evidência de participação do sistema límbico em processos emocionais surgiu em 1933, quando Herrick afirmou que o sistema límbico poderia ter influência nos mecanismos de afeto do organismo” (CORAZZA, 2002).
Conclusão
Atualmente pode-se comprovar a atuação dos óleos essenciais no reequilíbrio emocional, “sendo que os mesmos têm um efeito extraordinário no ser humano – quando bem escolhidos para atuar nas diversas indisposições emocionais” (PRICE, 1997). Estes óleos essenciais são os seguintes: Calmantes: camomila (consciência e revelação), cedro (aconchego), cipreste (aconchego), citronela (harmonia e relaxamento), ilang-ilang (autoestima e sensualidade), jasmim (depressão), laranja (estresse e tensão), manjerona (estresse), olíbano (meditação), rosa (emoções, estresse, sexualidade e insônia), sálvia (hormonal, sexualidade e depressão), sândalo (mudanças e aceitação), tangerina (alegria e tranquilidade) e vetiver (estrutura básica interna). Equilibrantes: bergamota (relaxamento), cravo (desaceleração), erva-doce (revitalização), junípero (revitalização), lavanda (homeostase, tonificante e calmante) e pau-rosa (estimulante e regenerador). Animadores: alecrim (criatividade), canela (revitalização), eucalipto (respiração e emoções primárias), gerânio (coragem e ação), limão (defesa, organização e clareza), menta (hiperatividade e comunicação), néroli (ansiolítico), patchouli (flexibilidade), petitgrain (novidade) e tea-tree (energético) (LYRA, 2010).
Abilio Arruda - Terapeuta Naturista